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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Lausanne, Missão Integral e mais alguma coisa…

Texto apresentado durante o Forum Jovem de Missão Integral em Vitória da Conquista-BA.

Tenho que confessar que falar sobre Lausanne e Missão Integral não é algo que me deixa muito confortável. A razão disso é que todo o processo da escolha dos participantes Brasileiros até a chegada à Cidade do Cabo foi muito engraçado, bem como as repercussões que já ouvi e li. O mais engraçado talvez seja que as maiores críticas eu ouvi de gente que não foi, não viu e ai resolveu criticar, sei lá porque, de repente exatamente porque não foi.

Outros criticaram antes mesmo de chegar a Cape Town. Alguns criticavam a agenda, sem conhecê-la acusavam os YANKES de agenda fechada. Num destes episódios ouvi a seguinte questão: Quem está pagando este evento? Porque se tiverem pagando mais fazendo uma agenda fechada precisamos fazer alguma coisa. Ai perguntei: Então se eles não pagarem nada você vai? Resposta: Claro que não... Então como se diz na minha terra de forma educada, fica quietinho ai vai, ou de forma deseducada mesmo cala boca rapazinho. Afinal nós Brasileiros somos exatamente iguais no nosso modo de governo eclesiástico e lida diária com nossos membros e ou organizações.

A verdade é que foi triste demais ver Brasileiros a todo o momento criticando o evento aqui ou ali, será que somos tão ingênuos ao pensar que um evento, ou três como queriam alguns é capaz de mudar o rumo da história? A história se faz por gente e não por eventos, por ações e não por plenárias. E esse talvez foi o maior de todos os ensinamentos neste congresso. Não desmerecendo os teólogos e nomes de expressão presentes em Lausanne, mas, nada foi mais marcante do que ver pessoas simples a toda hora e todo lugar trazendo a luz uma nova revelação, um novo conceito, um novo paradigma.

Poderia gastar muito tempo citando vários nomes de pessoas que gravaram seus nomes neste congresso sem que essa fosse a intenção:

a) O que falar de uma Norte Coreana, frágil, que apesar de todo seu sofrimento e perseguição que resultou num afastamento de sua família ainda tem esperança e força para se tornar uma missionária entre aqueles que foram os algozes de seus pais.

b) De um judeu e uma palestina juntos, dividindo o mesmo espaço mostrando que é possível conviver mesmo diante de tantas diferenças culturais, políticas e sócio econômicas.

c) De um norte africano que nos confrontou a convivermos com a realidade do sofrimento por causa da fé cristã. Segundo ele o dia em os cristãos entenderem que a perseguição é fruto do dogma da fé cristã o mundo Islâmico será transformado.

Diante de tudo isso e tantas outras coisas que não me permite o tempo aqui de compartilhar, fico a me perguntar, o que queremos mais? Só isso basta para nós começarmos a repensar nossos ministérios nos próximos 25 anos... Temas dos mais variados possíveis foram discutidos nestes dias de congresso, e cabe agora aos presentes naquele lugar o que inclui, eu e mais 89 irmãos e irmãs fazermos valer o que ouvimos, vimos e aprendemos.

Falamos da verdade absoluta da Palavra de Deus no primeiro dia, mas nossas igrejas ainda continuam inundadas de pensamentos humanos e egocêntricos que nos afastam desta verdade que é poder de Deus para a Salvação de toda a humanidade.

Da reconciliação no segundo dia, no entanto como mencionou Ricardo Barbosa a dias atrás, alguns Brasileiros quando confrontados a pedir perdão a delegação Africana pela imposição da escravatura durante longos anos ( e fica nossa vergonha, pois fomos o últimos país a abolir a escravidão) fizeram pouco caso afirmando que isso nada tinha haver com eles.

Quando falamos de Crenças do Mundo no terceiro dia ou de Prioridades no quarto, me lembrei o quanto omisso nós somos como igreja Brasileira que se tornou a 5ª maior igreja do planeta, mas é uma igreja vivendo a teologia do umbigo, incapaz de olhar para povos e nações sem presença do evangelho, seja na África, Ásia ou em comunidades quilombolas e ribeirinhas em nosso país.

No quinto dia falando de Integridade, busquei uma caixa pra me esconder, pois tudo aquilo que mais abominamos em movimentos ao redor mundo acabamos tendo uma reprodução exata ou pior no nosso meio.

E por fim quando achava que tudo havia se acalmado, levantamos o assuntos das parcerias e ai tive que colocar meu violão na sacola e reconhecer que na verdade ainda não estamos prontos, não para viver de forma integral este evangelho que é reconciliação de Deus para toda a humanidade.

Assim quero terminar esta primeira parte aqui dizendo que Lausanne pra mim foi a maior expressão do céu, usando as palavras de Carlinhos Veiga na ULTIMATO, e porque não dizer que Lausanne foi o Avan-Premier de apocalipse 7, gente de toda tribo, língua, povo e nação declarando que a salvação pertence ao Cordeiro.

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